RESPIRE MELHOR COM HATHA YOGA


O céu azul, o mar, a areia da praia, formam o local ideal para uma prática natural e revigorante de yoga, principalmente para os exercícios de respirações, chamados de pranayamas.

Pranayama é a ciência que dentro das técnicas do yoga, tem como objetivo o controle do prana (energia vital) através da respiração. O pranayama engloba uma variedade de práticas, todas projetadas para recolocar o fluxo respiratório em harmonia com os ritmos do universo. “Aquele que obtém o controle da respiração obtém o controle da mente”, diz o texto clássico Chandogya Upanishad. Portanto, os yogues aconselham a sincronizar lentamente os ritmos da respiração com os ritmos da natureza.

Levar a atenção para a vida orgânica é a função do pranayama, ”viver e não se abandonar à vida”. Tudo no universo tem um ritmo natural que gera o equilíbrio e a harmonia, como em uma orquestra sinfônica, onde todos os músicos com diferentes instrumentos e diferentes partituras, tocam no mesmo compasso de tempo, formando uma linda melodia. Da mesma forma as vidas orgânicas são regidas pelo compasso do universo. Uma manifestação material do pranayama na natureza humana pode ser demonstrada pelo sistema de sístole e diástole do coração, demarcando o ritmo corporal.


O prana é composto de cinco “ares” ou formas prânicas chamados vayus e que têm funções diferentes em nosso corpo-mente. Os sábios desenvolveram a ciência do pranayama como uma forma de realinhar o corpo-mente para que possa funcionar harmoniosamente no universo. O corpo é constantemente fortalecido pelo ritmo natural de inspirações e expirações profundas e ritmadas, de forma que as cinco energias prânicas – prana, apana, samana, udana, e vyana – possam cada uma delas governar adequadamente uma área diferente do corpo. As cinco formas prânicas que circulam dentro do organismo humano são:

1º) Prana é a respiração que se move para o alto a partir do umbigo e do coração e compreende a inspiração e a expiração;

2º) Apana flui para baixo ajudando a preservar a saúde do sistema reprodutor e dos tecidos. Prana e apana trabalham juntos. O apana funciona como um receptor para o prana na parte inferior do corpo. Atua na região do intestino e promove a limpeza de tudo que é tóxico ou excessivo em nossas vidas.

3º) Samana atua na região do umbigo e tem por função a digestão;

4º) Udana ou o ar que sobe, sustenta a nossa voz ou o som primordial. Atua na região da garganta e tem por função a deglutição;

5º) Vyana atua no conjunto de todos os sete corpos. Tem por função a circulação sanguínea e a energética.





A respiração está totalmente relacionada com os ritmos solares e lunares. Possuímos dois principais canais de respiração, que são denominados: ida (narina esquerda) correspondente a corrente lunar; e pingala (narina direita) correspondente a corrente solar. A respiração solar permeia o lado direito do corpo e controla as funções de comer, digerir, excretar e também controla o lado racional do cérebro. A respiração lunar permeia o lado esquerdo do corpo e controla as funções de ingestão e assimilação de fluidos, a urina e também controla as funções criativas do cérebro.

Para obter a consciência do próprio ritmo orgânico, é necessário aquietar a mente e controlar as quatro fases da respiração, que são: a inspiração (puraka), a retenção (kumbaka), a expiração (rechaka) e manter os pulmões vazios (suniaka). Cada fase deve ter a mesma duração e cada vez sendo mais profundas e prolongadas.Existem diversos tipos de pratica dos pranayamas. Vamos descrever a “respiração completa”, que é dividida em três etapas. Primeiramente deve-se praticar cada etapa separadamente fazendo em cada uma delas as quatro fases da respiração (inspiração; retenção; expiração; pulmões vazios) sempre pelas narinas. Depois, quando adquirir consciência dos três movimentos respiratórios, começar a fazer o ciclo completo.

1) Respiração baixa ou abdominal - Ao fazer essa respiração o movimento será na parte do baixo-abdominal. As regiões média e alta permanecerão imóveis.
2) Respiração média – Ao fazer esta respiração o movimento será na região média, entre o umbigo e o peito. As regiões baixa e alta permanecerão imóveis.
3) Respiração alta ou clavicular – Ao fazer esta respiração o movimento será na região do alto peitoral. As regiões média e baixa permanecerão imóveis.

Para fazer o ciclo completo, comece inspirando (puraka) pelas narinas, dilatando a parte baixa, subindo para a parte média e finalizando na parte alta. Retenha (kumbaka) o ar por um momento. Lentamente comece a inspiração (rechaka) pela região alta e vai descendo para a média e finalize na região baixa sugando suavemente o abdômen mantendo os pulmões vazios (suniaka) por alguns momentos. A respiração completa deve ser realizada com muita suavidade e profundidade. Aos poucos, com a prática desse pranayama, é possível reajustar o ritmo do organismo com o ritmo do universo.


Namaste!

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